É que às vezes fico sim
Fico "oca de mim" e não
é bem
de tristeza, tédio ou
melancolia...
Não gosto quando estou assim
desconfortável
em minha “persona",
onde me sinto presa
a este inquietante 'diluir'
avassalador...
É como se fosse uma incorpórea
noite de chumbo,
de calmaria e segredos em alto
mar - Você já viu?
A gente olha para as águas negras
lá paradas imóveis,
tenebrosas, abissais como a
eternidade...
A gente olha para o oceano e para
a noite obsidiana e,
nenhuma das potencias se distinguem, porque as mesmas
se fundem, se “refletem” em
uníssono criando uma ilusão
de intangibilidade numa imensidão
subjetiva de “nada”...
Tudo se cala e se consente em
um vazio medonho e incomensurável
Um vazio de morte e esquecimento...
Não... Realmente não gosto de
estar “oca”!
Desta sensação de “estar sendo” e
“não ser”
Desta vulnerabilidade onde nada
inicia - onde nada termina...
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