Na flor d’água
de meu coração gravitam conchas,
búzios partidos ainda a sussurrarem sem sessar
búzios partidos ainda a sussurrarem sem sessar
devaneios melancólicos
azul turquesa
num oceano de anos aprisionados
num oceano de anos aprisionados
a reviverem
apaixonadamente
o eterno lamento triste
dos nossos sonhos
perdidos
o eterno lamento triste
dos nossos sonhos
perdidos
2 comentários:
ABRAÇO IMAGINADO
um abraço imaginado pousou-me hoje no peito
e trouxe com ele o teu jeito
de chegar
de sonhar
de gostar
com um gosto tão perfeito
cegou-me no seu apertar
incessante
ofegante
de tonalidade brilhante
lembrando um vento solar
por ofuscar-me o olhar
com seu brilho penetrante
as lágrimas que escorreram
por sentir teu abraçar
eram como estrelas d'água
com o sol a cintilar.
um abraço imaginado, deixou-me hoje sozinho
com as mãos tocando o nada
o corpo sem uma morada
e a alma em desalinho
(Nuno Guimarães in "Pedaços de Ti")
ME DUELES
Mansamente, insoportablemente, me dueles.
Toma mi cabeza. Córtame el cuello.
Nada queda de mí después de este amor.
Entre los escombros de mi alma, búscame,
escúchame.
En algún sitio, mi voz sobreviviente, llama,
pide tu asombro, tu iluminado silencio.
Atravesando muros, atmósferas, edades,
tu rostro (tu rostro que parece que fuera cierto)
viene desde la muerte, desde antes
del primer día que despertara al mundo.
¡Qué claridad de rostro, qué ternura
de luz ensimismada,
qué dibujo de miel sobre hojas de agua!
Amo tus ojos, amo, amo tus ojos.
Soy como el hijo de tus ojos,
como una gota de tus ojos soy.
Levántame. De entre tus pies levántame, recógeme,
del suelo, de la sombra que pisas,
del rincón de tu cuarto que nunca ves en sueños.
Levántame. Porque he caído de tus manos
y quiero vivir, vivir, vivir.
(Jaime Sabines)
Postar um comentário