Queria
que minha mente compusesse palavras novas, virginais,
nunca antes proferidas... Escalando pelos ouvidos e escorrendo pela
boca... Traduzindo com meus dedos que delineassem a escrita sem ponto e
vírgula...
Quantas palavras me encaminharam até a mulher cujo semblante era de meu
único
grande amor... Você me faz escrever com o pulsar das suas e das minhas
entranhas, num contrair e expandir absoluto de sentimentabilidade...
Escrever
em qualquer língua adiantaria? A quem quero enganar? A mim mesma...
Seria as
mesmas ideias, só o dialeto diferente, pois, castiga-me infinitamente esta
ausência... Estou maltratando a minha língua e a minha alma com versos
paradoxais... Posso escrever várias folhas e espalhar pelo chão de seu frio e inatingível castelo
de mármore e obsidiana. Pensamentos esses que trilham, escavam, se
lançam e se
alastram até você... e quase agrada-me ter o mapa com indicações do
seu
mundo agora, distante de nossos ex-sonhos juntas... Irreversivelmente as
palavras desabam por dentro do meu coração... As palavras são como os
contatos
íntimos entre duas pessoas. As mesmas palavras que traduzem e me levam a
você...
Também me levaram o mais longe possível... e o que me resta agora é só o
silêncio e o soluçar sem eco de um nunca mais a busca!
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