Não sou eu
quem falo agora e nem mais adiante! Sobe-me a VEIA
e a jugular algo que não sei explicar!!! A vida pulsa
em Vão e a escorrer pelos... pêlos e meus dedos.... Parece que
dói, mas não dói nada... É só a
vida escorrendo Lá fora e mais nada... Eu quem falo
agora e nem mais adiante! Sobe-me a VEIA
e a jugular algo que não sei explicar!!!. É só a
vida escorrendo Lá fora e mais nada!!! Eh
asssim!!!! "QUERO
morrer (me) DE mim!!!! Apagar-me de
mim Matar-me de
mim!!!
Nada me BASTA enquanto dói tudo o que QUERO!
Talvez não seja... Não seja Possível!
_A ilusão de um sonho é mais excitante do que a embriaguês da realidade (eu já sei)!
Debato-me em cismas e despedaço ilusões com bravura indômita!
Sou minha própria cortesã e também minha guilhotina
Sou eu que me traio e saboto!
Rompo a mim mesma... Gosto sim (será?)!
De desfalecer regurgitante diante
de meus castelos ruídos!
Nada sou, além disto...
Uma apreciadora de minha cabeça caída Y
Senhora absoluta de meus pesadêlos
A CADA BESO TUYO, YO TE AMO UN POCO MÁS; POR CADA PALABRA TUYA LATE MI CORAZÓN; POR CADA CARIÑO QUE ME HACES, SIENTO QUE POR TI SIEMPRE HE ESPERADO; POR CADA MIRADA TUYA VEO QUE MI HORIZONTE ERES TÚ; POR CADA DIA QUE DESPIERTO, MIS LABIOS QUEREN LOS TUYOS Y MI VOZ, COMO INTENTANDO DESCRIBIR MI ALMA, TE PIDE PARA QUE TE CASES CONMIGO!
Por
que não conseguimos ficar sem fazer nada? A maior parte das coisas que dizemos
e fazemos é inútil. São palavras de meu velho amigo Mário, um homem sábio do
interior. Imagino que ele tenha se inspirado, nessa frase de imensa sabedoria,
em Sêneca, seu filósofo predileto. Imagino, não. Tenho certeza. Mário sempre
gostou de citar expressões deliciosamente ferinas de Sêneca relativas à idéia
do esforço em vão, do suor vertido por nada ou quase nada. Uma delas: agitação estéril.
Outra: preguiça excitada.
Lembro-me de ouvir Mário contar que Sêneca comparava as ações inúteis ao
trabalho das formigas que descem e sobem o tronco da árvore sem nenhum
propósito. Prometi a ele que, se um dia vencer minha preguiça invicta de ler
filósofos, minha escolha de leitura será Sêneca. Enquanto isso me sirvo das
palavras transmitidas por meu amigo.
Olho
para o espelho e concordo: quase tudo o que faço e digo não serve para nada. E,
no entanto sinto dificuldade em deixar as atividades sem razão ou utilidade.
Penso que isso acontece com quase todo mundo. Uma dificuldade poderosa de ficar
sem fazer nada. Simplesmente contemplando as coisas. Refletir sobre nós mesmos.
Não nos permitimos o ócio. Pegar uma sessão das 2 no meio da semana. Tomar um
sorvete na praça no meio da tarde. Ou simplesmente fechar os olhos e pensar.
Estamos sempre fugindo de nós mesmos. Fugindo de nós mesmos: claro que essa
frase de gênio não é minha.
Parecer
ocupado é considerado importante, mais do que estar mesmo ocupado. Na vida corporativa, isso chega a extremos de comédia. Li numa revista que uma
empresa de recolocação de executivos desempregados arruma para eles escritório
e secretária para que simulem atividade. (E fujam de si mesmos, ocorre-me).
Soube que as empresas fazem planos de cinco a dez anos. As coisas mudam tanto,
o tempo inteiro: faz sentido planejar um futuro distante? Estarão vivos os
planejadores? Estarão vivas as premissas nas quais os planos se basearam?
Suspeito que tudo isto se encaixe no que Sêneca chamou de agitação estéril.
Sou uma escritora barata. Não tenho carteira de trabalho. Mas gostaria de
lembrar uma frase preferida de Mário, que fez uma longa, boa e pacata carreira
num banco estatal. Um sagaz e sincero observador da condição humana ouviu-o
dizer mais de uma vez: “Dez coisas que as pessoas fazem no trabalho, nove são
geralmente inúteis. A décima costuma ser uma bobagem. Digo isto com base nas
coisas que eu mesmo fiz”. Exagerado, grandiloqüente, provavelmente. Mas será
que é tão distante assim da realidade?
Esqueça
agora mesmo a empresa. Seu tempo é livre? Pois então você se sente compelido
interiormente a ocupá-lo. Você pega o celular e telefona a 1ª pessoa que venha
à mente, mesmo que não tenha o que dizer. Ou então se instá-la em frente ao
computador e entra e sai de chats. Você sobe a escada. Depois desce. Todos nós
fazemos isto. Subimos escadas e descemos como as formigas de Sêneca. Sem
propósito. Apenas porque não conseguimos ficar sozinhos com nós mesmos.
Registro
aqui o Elogio do Ócio, numa época de tantos movimentos por nada, de tanta
agitação sem nexo. E penso, comovida, numa canção de John Lennon. Ouço-a
mentalmente. Watching The Wheels. Olhando para as rodas. Ele dizia que as
pessoas estranhavam vê-lo sentado, de olho nas rodas dos carros que passavam e
passavam. “Apenas gosto de vê-las girar”, disse John. John Lennon nesse momento
foi tão sábio quanto meu amigo Mário, quanto Sêneca, quanto todos aqueles que
se insurgem contra a fuga automática e neurótica de si mesmos.
Tenho as janelas fechadas desejosas de se abrirem quanto antes. Uma tormenta contida por paredes de isopor. Tenho os braços ansiosos buscando qualquer coisa tua para me agarrar e me sentir inteira. É que quando não estás aqui sou como se fosse metade. E deve ser porque é verdade isso de que foi por fúria que os deuses que nos partiram em duas, nos fizeram desenho inacabado, sem cor, sem forma. Deve ser verdade isso de que depois de partir-nos (uma à uma) pela metade, mandaram um vento forte para dispersar as partes que eram antes uma coisa só, e que desde então, quem quisesse se pusesse ao trabalho duro de reencontrar sua própria metade perdida.
A minha carne é a tua carne, bronzeada de bossa e tropicalismo. A tua carne é a minha carne temperada de Lua e mel, branca como marfim, refrescada pelo leste galego. É tão bonito te ver e pensar nos caminhos que tivemos que percorrer até que a nossa era de aquários chegasse enfim, em toda a imensidão do oceano que precisarei atravessar - cruzar a linha que divide o mundo, e pacientemente esperar que o destino calculasse o nosso (re) encontro. Eu cheguei a ti sem sequer buscar-te.
A minha paz se esconde debaixo desses fios finos que ameaçam encaracolar sobre o teu pescoço. A minha paz se esconde no teu peito, onde eu descanso a minha cabeça, onde o mundo parece tão menos perigoso do que realmente é. Aí é onde eu encontro perfeição e força, é aí que eu abasteço o meu armazém de sorrisos e reponho a minha certeza, não só de um futuro só nosso, mas também da base do dia de hoje. O sentido da escada é para cima quando se vem de baixo. E quando tu chegaste estávamos justo embaixo, cansadas, doídas. O meu corpo deixou de doer quando se somou ao teu, e deve ter sido por isso que eu segurei a tua mão e desejei que você me levasse contigo. Deve ter sido por isso que as lágrimas se secaram quando eu me dei conta de que tu eras tu, e que tu eras tão eu diante de mim mesma, que eu não sabia fazer outra coisa além de sorrir, feliz da vida, instintivamente sem explicação. Era que aquela cicatriz feita pelos deuses deixaria de sangrar. Voltamos a ser tu e eu então, uma coisa só entranhada, colada, unida.
Agora eu me sinto forte o bastante pra levantar montanhas, mover os continentes sobre o mar.