Irei debruçar minha lira sobre sua tez
Para desbravar a escuderia de seu coração
Arrancar suas sandálias, desnudar seus pés
Rebentar seu colar, encontrar sua pulsação
Desofuscar seus olhos
Perfumar-lhe o corpo
Abarcar-me em seu colo ao cambiar nossos sonhos
Atordoar seus ossos, embaralhar teus sentidos
Eleger-me seu escopo
Besuntar com seiva seus tornozelos
Desembocar na hidrografia das suas pernas
Cintilar e bambear com esmero seus joelhos
Sibilar em seus ouvidos adorações ternas
Valsar na cadência de seus quadris
Contrair com doçura seu abdômen
Embrenhar-me na torrente de seus ardis
Oferendar-lhe em Cancún um totem
Arquejar suas vértebras, eriçar seu dorso
Desfolhar-te a intimidade ritmadamente
Ciclonizar sua relva, embalar seu repouso
Vislumbrar suas mãos agarradas trêmulas em mim
Esvoaçar seus cabelos com ternura infinita
Tatuar meu nome em seus lábios enquanto você me chama
Provocar-lhe lampejos, espasmos únicos e raros de
contentamento
Só contigo transpor planícies, oceanos de tempo e qualquer
obstáculo
E desposar-te entre as flores do Lácio