terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Sempre-Viva (Ecos de Minh'Alma) - Repostagem


Deve haver uma maneira de parar de me esvair de modo tão kamikaze nesta saudade arrebatadora, ausência transmorfa de você. Suponho que em algum lugar do planeta alguém deva estar passando pelo mesmo que eu e aplicando ALUCINADAMENTE alguma fórmula 'mágica' para ver se da resultado e, sabendo ainda, que pode ser em vão. Por mais trágico que pareça, tem pessoas que sofrem gravemente, sentindo como eu, que se esgota, que se desgarra da pele um pouco a cada dia, que morre com lentidão torturante porque as recordações voam ao redor de sua cabeça, no âmago de sua mente como abelhas africanas furiosas entorno do favo de mel - Desespero!

Todos os dias leio, releio, leio em abundância e me canso da leitura, danço, rio, sorrio, me enojo, como, volto a comer, interajo com outras pessoas, sonho, sofro pesadelos e não durmo. Escrevo, cozinho, tento colocar ordem no caos organizado da minha casa, da minha vida, da minha alma - e às vezes não - Ilusionismo!

Perco-me na imagem de meu rosto refletida no espelho e em minhas cismas atrelada a este formidável pacto com a melancolia, assisto diariamente lágrimas rolarem mornas e atrevidas por minha face e tomo consciência de que já não moro mais em mim. Mais uma taça de vinho. Paro de ouvir as minhas (nossas) músicas e volto a buscar por elas enlouquecida novamente. Abraço-me e tento seguir levando, me maquio, me ponho natural e continuo lendo, imaginando, revivendo teimosamente tudo, todos os gestos, todas as palavras, todas as promessas e juras que nos dedicamos, todos os poemas que nos proporcionamos. Olho o céu, as estrelas, recordando as centenas de vezes que me disseste que seu amor por mim jamais pereceria e que ele daria voltas e voltas na lua para me encontrar, para me encantar ... Me despedaço tentando entender como algo tão belo, precioso e REAL se transformou nesta mentira sincera a causar dano irreparável tão profundo - Me condeno!

Sinto o cheiro da chuva fria, o seu cheiro na chuva... Suspiro, agonizo, me abato, me debato, me abalo, extenuo, desmorono, me desfaço corroída por dentro e por fora, soluço, descanso, ouvindo o frenético desesperador tic tac do relógio, conto ovelhas, mentiras e ilusões - um café, um cigarro (só porquê você abomina) - um ansiolítico Sertralina, Dietil, Diempax. Respondo emails, converso comigo mesma tentando me acalmar. Adianto o trabalho, choro, prometo não chorar, tomo três banhos por dia tentando lavar da alma o horror medonho dessa tristeza parasita, me perco no silencio da casa prestando atenção em tudo sem nada ver, buscando uma resposta, até que ouço o refugar agudo do vazio, que de pronto, se faz em eco, e me transtorna porque se converte em sua voz, em teu riso, em teus olhos, em tuas mãos em seu alento, em teu sexo a se materializar diante de mim e eu não sei, se talvez, seja isso que me mantém viva, porém, ao desaparecer de repente, volto a realidade, regresso a rotina causticante de sempre, começando pelo pesadelo da saudade repetindo indefinidamente o seu nome... O meu nome em sua boca em mesmo ciclo - Alucinação!

Penso que o problema desta minha 'agenda emocional ocupadíssima' é que nenhuma destas situações dantescas reflete continuidade, porque cada uma delas, eu acho, e para a minha grande e pior consternação, são parte de mim, e então, muito mais do que antes, volto a recordar-te e segues assim, a devorar minha existência enlouquecendo-me como sempre... Como se estivesses aqui ao lado meu SEMPRE-VIVA, pulsante em carne e osso, dentes, boca, mãos sorriso... e não apenas dentro de mim, em desvario frenético manifesta... Por que o meu maior medo é deixar você ir - Lamento!