segunda-feira, 23 de junho de 2014

LÁUDANO - (PARADÍGMA SENSORIAL)





A eterna ambivalência dos sentidos...

O absurdismo da imprevisibilidade deixa-me zonza,

enjoada de tanta insubstancialidade,

entorpecimento...




domingo, 22 de junho de 2014

sábado, 21 de junho de 2014

Dulcemente (Escolhas Afectivas)



Não! Não há nenhum destino a se narrar, a se nomear além deste momento onde tuas mãos se encaixam nas minhas, se apropriam de minhas asas e por ti, e só por ti, descubro que é em minha pele onde nascem os planetas, as estrelas, as imensidões, os pássaros, as ilusões e os girassóis.

Seus olhos (verdes, tão verdes) são meu navegante esmeraldino, meu mapa, meu astrolábio, minha bússola orbital. Sem parâmetro ou tempo quantitativo, sua imagem se mescla encaixada a minha e se torna meu espelho fractal, reflectindo meu anjo em milhares de tons 
  Aeons.

Não existe nudez mais fundamental, propicia e profunda que esta, onde lhe sorrio indiscreta com minha'lma inteira transfigurada tal qual uma esfinge de Mona Lisa através de meu umbigo, arrebatada de encantamento, de cumplicidade... Eternidade!

Não... Não há destino a que se possa semear, a se nomear além deste. Nem memória de céu, mar, vento, areia, espuma, bruma ou peixes. Nem refúgio sagrado maior que me detenha que não seja tremer por tua aproximação, por seu toque indiscutível em minha memória de pele, onde germino o labirinto e o jardim onde cresce tua árvore, teu tronco, tuas raízes e tua rosa de fogo a estufar nas minha veias.

Tua existência, teu nome é uma marca, uma chave, um selo, uma tatuagem invisível em meus seios – Tua voz um mantra de água que canta a plenitude de minha mandala de Selêne, Ártemis, Perséfone, Hecate – Diante de ti
somente diante de ti ajoelho dionisíaca e rezo pela intimidade, pelo vinho, pelo pão, pelos sonhos, pela morte, pela vida e seus mistérios.

Não... Não há destino a se narrar e a se sacrificar.... Perdi-me e renasci tantas vezes
Você Sabe, Você Sente Apenas para lhe (re)encontrar.


quinta-feira, 19 de junho de 2014

Lo Siento - (Alas Azules)






Lo siento, adorada...  


É mesmo de abalar e derreter que, depois de tanto tempo desamparo e abandono, só agora... num repente vulnerável, imprevisto de ternura (ou algo que o valha) te ‘despertes’ e te recuerdes de minhas asas, este teu quase estimado souvenir – e que, neste esforço tênue as acaricie com poemas e atenção em vã tentativa, talvez quase remorso, de revivê-las.

Não percebe o quanto estão frouxas, desvalidas de tanto ter se debatido a buscar-te em vão. Que assim desarticuladas, roídas de tanta inútil sentimentalidade não podem mais alçar vôo, cambiadas a esse tom cinza melancólico com que o desapontamento e esgotamento às matiza e despedaçam.

Não sabeis, então, que nunca devemos nos deter com o perdido. Com o que está prestes a se decompor na ausência e esquecimento? Nem as mãos, as intenções nem as asas devem ter retorno – ainda que nossas almas tenham de seguir agora, para sempre fragmentadas – ocas de amor em fatal loucura resignadas a sobreviver, sem nada de belo e 'único' para tocar e nem como fazer-lho na lembrança.

Ah... Minhas asas azuis (para sempre tão suas e esquecidas), lo siento mucho dicer, cariño: Lágrimas banalíssimas (nem as suas e nem as minhas) jamais às trarão de volta – porque después de todo... irremediavelmente sabemos: carências toscas, mornas desculpas tíbias & retalhos de ilusões sinceras (marcas de ayer), hoje já não mais às ressuscitariam.


 

terça-feira, 17 de junho de 2014

AQUARIUNS





Não...
não precisava muito
bastava esticar alma, os olhos,
os ouvidos e  lá estávamos nós
a gravitar inexauríveis e intensamente
como peixes resumidos a um encontro
predestinado em mesmo estreito 
e a embicionado aquário
...era tudo tão simples


segunda-feira, 16 de junho de 2014

Y ahora



Tão profundamente nos vivi
tão dentro e tão perto
que só conheci

distancias

e agora...

com tudo
que nos faltou,
só me resta inventar-te
como única forma 
de crer-te


 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Ópium




Dizem que o amor próprio é
a mais saudável forma de amor
Porém... Quando se trata de ti cariño,
eu simplesmente não consigo parar

E é tudo tão tendenciosamente viciante que
eu me obrigo a me perder nos becos, nas vielas
esquecidas de outros tempos, pra na minha veia
te sentir ir e vir, na 'dependência' de te reencontrar


quinta-feira, 12 de junho de 2014

sábado, 7 de junho de 2014

INTANGÍVEL




Frio rigoroso, arrepios austrais
 

Coloquei minha jugular de encontro a alguns raios de sol
Coincidiu, desceu, subiu... Alisou uma língua morna

Falando de contentamento, de coisas inventadas
Sonhos impossíveis pela boca Tua...
Depois, sumiu... É inverno ainda

Falsas promessas, palavras ao vento... 

É Inverno ainda