sábado, 31 de maio de 2014

UMA CARTA DE AMOR... (Una carta d'amore)


                                                            

Eu sempre evitei crer ou cair na armadilha daquilo que denominam "amor", você  sabe. Sabe muito bem o que eu estou dizendo... Que importa agora, visto que já estou metida nele até os píncaros do céu como Ícaro (ou precipícios do inferno como um Demiurgo), só me resta agora tentar manter os pés na terra... e te dizer (nem que seja pela última vez) sem embargo, que eu só quero mesmo é despertar por todas as manhãs de minha vida e ver como primeira emoção do dia teus olhos (verdes, tão verdes...) e saber-me TUA, refletida neles em deslumbramento e, claro, enlaçar minhas pernas em tua cintura e beijar teu sorriso. 

Não quero apropriar-me da sua vida e nem do seu tempo ou das tuas decisões - Quero apenas que abertamente me entregues um pedaço de ti na medida exata em que me entrego a ti e seguir descobrindo surpresas, segredos e belezas a cada dia. Não quero que sejas perfeita, não, nada disso... pois  eu não sou, nem quero intentar ser-lho (seria demais para mim); só quero, querida, que seus demônios e pecados se mesclem com os meus, fazer uma alquimia de ideias loucas ou geniais

Quero poder abraçar-te em qualquer momento sem perturbar-te e que me abraces de repente e sinta como se fosse a primeira vez que teus braços me rodeiam e percebem meu perfume. Quero dar voltas na cama e ver que você está ali, sentir a calidez do teu corpo, escutar sua respiração, ver o tremor de tuas pálpebras enquanto você dorme e sonha qualquer coisa  que eu não sei. 

Quero que fiquemos uma diante da outra, frente a frente, desnudas de corpo e alma e que você ponha em uma bolsa suas dores, tristezas, seus sonhos, seus medos, suas incertezas, esperanças e alegrias e que a coloque em meu ombro para compartilhá-las comigo como se compartilha o alimento. Quero que sejamos únicas, completas, cúmplices e companheiras, que chores comigo com a mesma força que me fazes amor, esvaziando tua angustia e dúvidas como esvazias teus fluídos, teu desejo em mim, dentro de mim.

Quero que juntemos forças para coexistir, lutar e sorrir. Quero que não meçamos esforços e medida para nos construir e proporcionar um lugar que tenha todo o necessário tangível: Livros, musica, vinho, uma cama acolhedora e certas coisas que o mundo de hoje sugere; e que sigamos  montando o nosso refugio, a mobiliá-lo de paciência, calma, fidelidade, perseverança, dignidade, respeito e todo um amor infinito onde possamos ver florescer nossos dias em mente e espírito...

Não quero opulências, não creio haver carecido de nada material em minha vida. Só quero, sobre tudo,  construir uma história contigo com a qual eu possa morrer um dia sem arrepender-me de nada e... guardar dinheiro para viajar pelo mundo, eu e tu de mãos dadas (ou quase) caminhando pelas calles despreocupadas como duas meninas perdidas sorrindo uma para a outra... 

Quero que tenhamos sexo desenfreado (desfrenado - lembra?)  sem prejuízos nem inibições, que façamos amor por toda a casa com você bailando em mim despudorada ouvindo tango, jazz, blues (ou o que queira e em 'alta-definição' como gostas), e, acima de tudo, acreditando que sempre haverá uma parte de meu corpo que ainda não exploraste...

É pedir demasiado? Sim, é - Eu reconheço... Mas preciso que saibas em teu âmago que estou aqui, frente a ti, disponível somente para ti e disposta com todas as forças de minha sensibilidade e existência a caminhar lado a lado para sempre contigo, materializada, transfigurada de corpo e alma em ti, para em ti e por ti  por todos os nossos dias (aqueles 98 anos e  mais alguns), a navegar contigo em meio a qualquer tormenta que advir e a defender-te com o meu próprio corpo, com o meu amor e coração, peleando  por todos os componentes de teu mundo por todas  as vezes que sejam necessárias, não permitindo que se rompam as extensões de tua alma, este motor que te sustem - e que me há proporcionado milhões de sorrisos desde que chegaste a minha vida...

Apesar de todas essas minhas exigências, ou quiçá "sueños" ou alucinações, quero que tenhas a certeza de que nunca, JAMAIS cercearei tua liberdade. Tomo aqui algumas de tuas palavras e as embelezo para que saibas que eu sei o que você quer, o que você precisa e o que de ti eu quero, necessito. Lamento dizer agora, mas, não sabes e nem imaginas o medo que tenho tido por todos estes anos (todos os dias) de dar-te com tanta força meu coração, sem que possas regalar-me completamente com o  teu e com a realização dessa nossa história.

Verdade é que não saberia seguir caminhando elegendo outro destino para mim que não seja ao teu lado.  Pois,  não posso despedir-me assim de minha vida, retirar-me em silencio como se dissipam as nuvens  para deixar vislumbrar um outro sol - Sem você não há sol, não há vida... Então, por favor, criatura adorada, NÃO deixe morrer, definhar abandonado o Tempo (amor)  que nos foi predestinado. E, com todas as forças de teus mais sinceros e profundos sentimentos salvai-nos, por que a ti pertenço!



terça-feira, 27 de maio de 2014

O Amor-Fina




Chovem pétalas...
Chovem pétalas...


Sobre o meu quadril agoniado,
desesperado de saudades de
Ti.

Por que
 

(...)

O
Amor-
Daça

Amor -
Cega

Amor -
Talha


Amor -
Tece

Amor-
Fina


(...)



sábado, 24 de maio de 2014

SEMPRE-VIVA (ECOS DE MINHA'LMA)



Deve haver uma maneira de parar de me esvair de modo tão kamikaze nesta saudade arrebatadora, ausência transmorfa de você. Suponho que em algum lugar do planeta alguém deva estar passando pelo mesmo que eu e aplicando ALUCINADAMENTE alguma fórmula 'mágica' para ver se da resultado e, sabendo ainda, que pode ser em vão. Por mais trágico que pareça, tem pessoas que sofrem gravemente, sentindo como eu, que se esgota, que se desgarra da pele um pouco a cada dia, que morre com lentidão torturante porque as recordações voam ao redor de sua cabeça, no âmago de sua mente como abelhas africanas furiosas entorno do favo de mel - Desespero!

Todos os dias leio, releio, leio em abundância e me canso da leitura, danço, rio, sorrio, me enojo, como, volto a comer, interajo com outras pessoas, sonho, sofro pesadelos e não durmo. Escrevo, cozinho, tento colocar ordem no caos organizado da minha casa, da minha vida, da minha alma - e às vezes não - Ilusionismo!

Perco-me na imagem de meu rosto refletida no espelho e em minhas cismas atrelada a este formidável pacto com a melancolia, assisto diariamente lágrimas rolarem mornas e atrevidas por minha face e tomo consciência de que já não moro mais em mim. Mais uma taça de vinho. Paro de ouvir as minhas (nossas) músicas e volto a buscar por elas enlouquecida novamente. Abraço-me e tento seguir levando, me maquio, me ponho natural e continuo lendo, imaginando, revivendo teimosamente tudo, todos os gestos, todas as palavras, todas as promessas e juras que nos dedicamos, todos os poemas que nos proporcionamos. Olho o céu, as estrelas, recordando as centenas de vezes que me disseste que seu amor por mim jamais pereceria e que ele daria voltas e voltas na lua para me encontrar, para me encantar ... Me despedaço tentando entender como algo tão belo, precioso e REAL se transformou nesta mentira sincera a causar dano irreparável tão profundo - Me condeno!

Sinto o cheiro da chuva fria, o seu cheiro na chuva... Suspiro, agonizo, me abato, me debato, me abalo, extenuo, desmorono, me desfaço corroída por dentro e por fora, soluço, descanso, ouvindo o frenético desesperador tic tac do relógio, conto ovelhas, mentiras e ilusões - um café, um cigarro (só porquê você abomina) - um ansiolítico Sertralina, Dietil, Diempax. Respondo emails, converso comigo mesma tentando me acalmar. Adianto o trabalho, choro, prometo não chorar, tomo três banhos por dia tentando lavar da alma o horror medonho dessa tristeza parasita, me perco no silencio da casa prestando atenção em tudo sem nada ver, buscando uma resposta, até que ouço o refugar agudo do vazio, que de pronto, se faz em eco, e me transtorna porque se converte em sua voz, em teu riso, em teus olhos, em tuas mãos em seu alento, em teu sexo a se materializar diante de mim e eu não sei, se talvez, seja isso que me mantém viva, porém, ao desaparecer de repente, volto a realidade, regresso a rotina causticante de sempre, começando pelo pesadelo da saudade repetindo indefinidamente o seu nome... O meu nome em sua boca em mesmo ciclo - Alucinação!.

Penso que o problema desta minha 'agenda emocional ocupadíssima' é que nenhuma destas situações dantescas reflete continuidade, porque cada uma delas, eu acho, e para a minha grande e pior consternação, são parte de mim, e então, muito mais do que antes, volto a recordar-te e segues assim, a devorar minha existência enlouquecendo-me como sempre... Como se estivesses aqui ao lado meu SEMPRE-VIVA, pulsante em carne e osso, dentes, boca, mãos sorriso... e não apenas dentro de mim, em desvario frenético manifesta... Por que o meu maior medo é deixar você ir - Lamento!


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Indagações





 Se eu...
*
Ñ amasse tanto assim
Ao meu Outono adorado,
Sinceramente meu querido Inverno
Seria eu, um Verão eterno
Nesta tua Primavera inusitada
(almiscada?!)



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Yo...




Eu não adoro morrer aos poucos com você^dentro de mim

Nem um segundo, uma hora, nem um dia, um mês
 
um ano mais

- Nada!

Nunca mais ...