sábado, 22 de dezembro de 2012

Mephistos



Ah... 
Se eu soubesse o quanto me seria
 tão cruel e venenoso este amor medonho,
que ao nascer chegou imenso,
não teria permitido que vingasse e se nutrisse farta e comodamente 
afiançado a metade minha, como se ali latejasse um pedaço meu...
Teria abortado-o sem piedade das entranhas em raiz
Tê-lo-ia morto sem dó no ninho sufocado com
sua própria ternura concupiscente ou enquanto
trôpego engatinhava sorrindo, vindo até mim
com suas mãozinhas esticadas e dissimuladas
exigindo cumplicidade e ilibada partilha.
Matá-lo-ia mil vezes e outras mais mil vezes ainda
como se aniquila com horror uma traiçoeira Mamba
...ou se amputa um membro doente gangrenado
Ah... Pelas deusas eu juro que nestas horas sem fim em
 que a toxidade dessa dor covarde não tem mais cabimento,
que sim... Sim... Sim... Sim...
- A este abominável negro amor que me condena,
eu d e s p e d a ç a r i a !

Um comentário:

Anônimo disse...

Nossa!