sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Trans[bordado]



Queria que minha mente compusesse palavras novas, virginais, nunca antes proferidas... Escalando pelos ouvidos e escorrendo pela boca... Traduzindo com meus dedos que delineassem a escrita sem ponto e vírgula... Quantas palavras me encaminharam até a mulher cujo semblante era de meu único grande amor... Você me faz escrever com o pulsar das suas e das minhas entranhas, num contrair e expandir absoluto de sentimentabilidade... Escrever em qualquer língua adiantaria? A quem quero enganar? A mim mesma... Seria as mesmas ideias, só o dialeto diferente, pois, castiga-me infinitamente esta ausência... Estou maltratando a minha língua e a minha alma com versos paradoxais... Posso escrever várias folhas e espalhar pelo chão de seu frio e inatingível castelo de mármore e obsidiana. Pensamentos esses que trilham, escavam, se lançam e se alastram até você... e quase agrada-me ter o mapa com indicações do seu mundo agora, distante de nossos ex-sonhos juntas... Irreversivelmente as palavras desabam por dentro do meu coração... As palavras são como os contatos íntimos entre duas pessoas. As mesmas palavras que traduzem e me levam a você... Também me levaram o mais longe possível... e o que me resta agora é só o silêncio e o soluçar sem eco de um nunca mais a busca!
 

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