REFLEXOS
Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço os meus limites com as mãos, com a mente, com meu trabalho e suor, e é nele que me instalo e vivo com a integridade possível. Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: Tudo é provisório, inclusive nós.
Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao devaneio. Não quero ter nenhuma condescendência com o tédio e nem ser forçada a aceitá-lo em minha rotina como inquilino inevitável. Que eu nunca admita a idéia de que a maturidade exige certo conformismo. Afinal, aprender a conviver com o efêmero é uma das tarefas mais duras que a nos vida impõe...
Mas enquanto eu estiver em movimento dentro do tempo que me foi dado a viver, conectando-me com minhas outras possibilidades de existir, nenhuma vivencia poderá ser conclusiva. Daí, tento na humildade de minha insignificância, reverenciar sinceramente os dias de ontem, ser grata ao dia de hoje, e a investir minha fé no dia de amanhã, que só aos desígnios do universo pertence!
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