domingo, 2 de janeiro de 2011

Medo do desconhecido?


Nunca entendi bem porque adolescentes gostam de filmes de terror. Acho que eles gostam de filmes de terror talvez porque não se ensine nas escolas direito sobre a História da Humanidade. Peguem, por exemplo, o documentário chamado Mein Kampf e vocês entenderão bem isso, entenderão de uma forma aterradora, entenderão bem mais do que meramente assistir ao noticiário. Ou,  baixem o documentário sobre o projeto MKUltra que fala da manipulação do comportamento através de técnicas de hipnose, tortura, drogas, repetição, mensagens subliminares, enfim, lavagem cerebral. Aliás, notem que MK são as iniciais de Mein Kampf. Uma mera coincidência?

Filmes de terror são um luxo e um lixo, na maioria das vezes, para alimentar o medo. Um documentário como Mein Kampf irá curar-nos desse medo de mentira para o medo real e aí, só aí, ele poderá ser redimido. O negativo é parte da realidade e dele emerge o positivo, no balanço contínuo da Vida, do Tao. Quem teme temer já é vítima do medo.



Assim também nunca entendi porque Jesus diz que a verdade liberta, me aparece que antes ela aterroriza, porque ninguém a busca, preferimos os filmes de terror do que a História Humana. 


A locação de filmes de terror só é superada pela pornografia em locadoras, o que mostra que tanto o medo como o sexo são um simulacro em nossa sociedade. Se a Verdade estivesse na Bíblia não teríamos tantas igrejas. Na Bíblia encontramos apenas a verdade da mentira, uma versão de inúmeras mentiras pregadas na mente humana. A mente humana se tornou um cristo crucificado pela língua dos párocos e pela imagem dos novos párocos, os marqueteiros.


Nunca entendi porque as aulas de História não são dadas do presente para o passado, pois é muito mais fácil entender o que está perto de nós do que o que está longe. Será que é para (re)criar a ilusão de evolução da humanidade? Evolução humana? Ou para criar um desinteresse deliberado pelo que somos?


Ninguém quer a verdade. O terror do real não é palatável, leva a um despertar muito abrupto da consciência, é um tratamento de choque que não despersonaliza, mas que conscientiza. Ninguém quer beber na taça enteógena da verdade a si mesmo. 


Pai, afasta de mim este cálice! 


Em experiências enteógenas de verdade, o vômito antes de ser uma purificação é uma reação por não podermos lidar com um certo conteúdo perceptivo. Ninguém quer ver o terror corporificado que sai de si quando temos a coragem de beber desse graal da verdade. 


A Verdade está em toda a parte, mas ninguém quer ver. Não há medo do desconhecido, há medo da Verdade. Falar em medo do desconhecido é apenas um eufemismo para a verdade. Temos medo que nossas teorias do mundo venham abaixo. Temos medo que a nossa verdade não passe de mentira. Falamos que cada um tem a sua verdade para vivermos locupletados em nossas ilusões pessoais.


Temos medo da verdade porque a mais óbvia verdade da existência é a morte. Então tememos a morte. Esquecemos da morte e nos comportamos como se fôssemos para sempre viver. A vida é um para sempre morrer. Morremos continuamente em vida todos os dias. Nossos retratos não mentem, apesar de nossas fotos no orkut ou nos blogs da vida mostrarem uma imagem que queremos que os outros vejam de nós mesmos, nós não somos uma imagem estática, somos um morrer contínuo. 


A morte é a sedução perfeita. Não somos o mesmo, mas temos a ilusão da permanência, ilusão que não é dada nem pelo corpo, pois esse se transforma a cada momento. Se o espaço das fotos pudesse mostrar as contínuas mutações que sofremos daria uma idéia mais aproximada de nosso contínuo morrer.


Até as palavras nos dão a ilusão de saber, tornam-se assim mentiras, porque saber não é saber escrever, é saber viver, e, portanto, saber morrer.


Eu não vivo para escrever, nem escrevo para viver, mesmo sendo quem sou, vivo apenas para morrer.


A idéia de morrer não é um fim, não é negativa, é profundamente positiva, é um fluxo contínuo por onde se realiza o viver.


Colocar a morte como um fim é impedir de ver a vida como um processo de transformação. A quem interessa isso? Só àqueles que querem que as coisas se mantenham como são, daí as grandes religiões, tentativas desesperadas de nos mostrarem que existem um além. 


Se não pudermos alcançar esse além em vida não poderemos fazê-lo no fim. Será que é daí que surge a nossa mania de deixar tudo para a última hora? Provavelmente. Se compreendêssemos que a morte não ocorre no fim da vida, mas está rondando a vida, dançando a sua volta e formando par, não deixaríamos nada para a última hora, pois toda hora é hora de viver e de morrer.  


3 comentários:

Hanna A. C. Albuquerque disse...

Excelente este artigo!!!
Este blog tem indiscutível qualidade!


Hanna A. C. Albuquerque

Anônimo disse...

Absolutamente fascinante!!!

Anônimo disse...

Gostei!